Se me perguntarem se eu já amei eu posso responder sinceramente que sim. Não estou falando de amor de mãe, pai, irmão, família, estou falando de amor de homem, desejo, sentimento de eternidade. Eu amei, amo e sempre amarei.
Quando se encontra um amor, ele nunca se vai completamente, sempre ficam as cicatrizes (Logo eu que achava essas metáforas românticas tão apelativas me vejo pensando e falando - as o tempo todo).
Eu amei e hoje começo a entender o porque que a cicatriz está no lugar da tatuagem. Não posso dizer que não tive porcentagem de culpa no processo, sim, eu tive, mas também não posso atribuir toda a culpa a mim.
O grande problema foi que a rua era de mão dupla e não mão única. Vou explicar. Nós não andamos na mesma direção, estávamos o tempo todo indo em direção contrária. Quando um queria, o outro não queria e vice versa.
Quando ele me chamou para conhecer sua família eu estava em uma fase de sair, ficar com todos, me divertir, viajar com as amigas. Quando eu o chamei para sair ele simplesmente não tinha mais os mesmos sentimentos, boa parte porque eu fui sim egoísta, anti-romântica, tímida e muitas vezes puritana.
Eu levei dois anos para perceber isso e apesar das últimas palavras deles terem machucado muito mais do que todo o processo, hoje eu sei que nós nunca daríamos certo.
Nunca fui muito fã dos beijos, dos abraços e ria de muitas situações dele. Sentia até um pouco de vergonha por ele não ser o tipo físico do príncipe dos meus sonhos. Mas eu o admirava, simples assim. Vai entender!
Ele era a pessoa que ficava toda a madrugada comigo, as vezes com a câmera ligada sem fazer nada. Ficava vendo ele beber cerveja e teclar com outras pessoas. Trocávamos experiências românticas vividas por nós com terceiras pessoas e segredos que muita gente não sabia.
Hoje eu sei que eu admirava sim, um amigo. Um grande amigo, que no processo de se apaixonar descobriu uma amiga e vejo uma amiga que no processo de amizade descobriu um amor.
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